Número total de visualizações de páginas

26/08/2016

manhã escura.
marcas do recobro de uma noite ausente de escuridão.
o corpo cansado, os olhos sorrindo. o sangue galopa pelas veias.

"onde te vias hoje, há 6 meses?"
definitivamente perdida. não expectante do desenrolar das coisas como estão agora.

o sol nasce na tua boca e põe-se nos teus olhos. e se sinto algo diferente de antes, sou eu.
eu e as minhas defesas rugosas, fortes, coladas à pele, presas à alma, que nos vimos rendidas a ficar contigo.
ninguém sabe explicar.
nem eu, nem a minha dificuldade em gostar das coisas e das pessoas.
mas tu vieste.
de novo.
e tu tens ficado.
só consigo dizer que não sei; que a carne que se quer e deseja é forte, e o espírito parece o mesmo; mas a vida e o espaço são limitados, e o recordar está sempre presente. e por mais que a escolha de o ignorar seja nossa, temo que o vento me leve lá.
até lá, ficamos juntos a bafar da certeza do que somos um para o outro.